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Local: São Paulo, SP, Brazil

14 janeiro, 2008

Réveillon nas pedras de São Thomé

 

Pegamos a estrada já passava das 19:00 horas. O destino era São Thomé das Letras, a internacionalmente famosa cidade mineira onde se localiza um dos sete chacras do planeta. Não seria a primeira ida para São Thomé, mas a terceira. Nas outras vezes eu não ouvi o chamado. Mas parece que desta vez eu comecei a ouvir a cidade chamar meu nome.

A viagem correu tranqüila, com direito a uma parada rápida para eu e a patroa esticarmos as pernas. Embora a Fernão Dias não seja um primor de estrada, não está impossível trafegar nela e, quando passamos da divisa com MG, a coisa melhora muito. Após passar por Três Corações, pegamos a estradinha para São Thomé, já sem claridade para avistarmos as pedreiras que dominam a região. Ruim porque não se tem a bela vista, bom porque não pudemos ver a devastação causada pelas pedreiras.

 

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Antares


Enfim chegamos, já após as 22:30 horas. A cidade estava infestada de turistas, nunca a vira tão cheia! Várias pessoas tentando descolar as poucas vagas que ainda existiam nas pousadas, casas, quartos e etc. Desfizemos as malas e já começamos a prosear com nosso "hospedeiro", o Paulinho, conhecido pela cidade toda. Juntou-se a nós um casal ali hospedado e até umas musiquinhas sairam do violão que empunhei. Enferrujado? Bah, praticamente ferrugem pura nos dedos! Mas conversamos um bocado até decidirmos dar uma volta pela praça. Volta dada, fomos dormir, porque o dia seguinte reservava muitas atividades.

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Eu disse que até bode vai pra Pirâmide ver o pôr-do-Sol?


Saímos depois de um café regado a muito papo com a senhora que cuidava da pousada. Foi muita andança em estradas de terra, sempre  em busca das diversas cachoeiras que existem nos arredores. Fomos em algumas próximas e em outras mais distantes, tentando driblar a lotação dos turistas que invadiram São Thomé. Eubiose, Flávio, Véu de Noiva, Paraíso e Antares. Uma maratona que levou todo o dia e nos cansou um bocado. Mas uma delícia de passeio com belas paisagens que exibiram a natureza em seu esplendor.  Já de noite nos encontramos, na Pousada do Sol, com o Carlos (proprietário), Maura e amigos para uma discussão sobre religião e metafísica. Foi divertido pra caramba e acabamos indo dormir tarde novamente.

 

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Pôr-do-Sol na Pirâmide

Conforme combinado, saímos logo cedo com Carlos, Maura, Érica e Torrigo em busca das cachoeiras escondidas na roça, chamadas de Cacimbas. Foram muitos km pelas estradas de terra, pirambeiras e com um sol que cozinhava o verde da região. Em dado momento deixei mei valente Fiesta parado num platô para acompanhar o Carlos em seu Doblô, mais apropriado para o trecho que vinha a seguir. Mas nem o Doblô resistiu à estrada e atolou. Coube ao Torrigo, com seu jipe, rebocar-nos uns metros acima para continuarmos o passeio. Então chegamos ao fim da estrada e nem sinal de cachoeira. O que fazer? Dividimos os times em Feminino e Masculino, cada um com seu rádio, e fomos em busca das quedas. Menos de dez minutos depois recebemos o aviso Feminino: "Encontramos uma queda bem grande, corram pra cá!". Com o orgulho masculino ferido, fomos ao encontro delas, que estavam eufóricas com a descoberta. Pois bem, a queda era mesmo uma delícia e ficamos por um tempo até decidirmos buscar a queda original. Torrigo estava apressado e foi na frente, chegando numa pequena queda que formava uma piscina natural com espaço para menos de dez pessoas. Como estávamos em seis, deu para aproveitarmos sozinhos o lugar, desconhecido pela esmagadora maioria dos turistas. Enfim, desistimos de buscar a queda original, cansados que estávamos da aventura.

 

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Ok, ok, vocês venceram...


Banho tomado, fomos à Pirâmide para ver o belíssimo pôr-dpo-Sol, junto de muitas pessoas. Até um simpático bode nos acompanhou, ao lado de sua 'dona', uma hippie também simpática. Já de noite, próximo da meia-noite, nos encontramos com o Samuca e a Tihana, como combinado, para ver a passagem do ano lá nas pedras. Aí veio a nossa - minha e da Carol - surpresa: milhares de pessoas rumaram para as pedras! Por toda a extensão víamos pessoas, famílias, crianças e até cachorros para verem a passagem nas alturas de São Thomé. Quando começaram os estouros dos fogos foi uma gritaria só. Agora imaginem: cerca de dez mil pessoas gritando e energizando, do alto de um imenso quartzito, considerado um dos chacras do planeta... foi uma coisa incrível, indescritível e inesquecível! Uma visão pra levar como recordação e parâmetro para repetirmos a idéia. Simplesmente maravilhoso!

 

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É nóis nas Pedra, mano!


Dia segiunte, dia de vir embora. Mas opa! Espere um momento que dá tempo para mais uma visitinha. Fomos para o Vale das Borboletas, na esperança de terem parado com a degradação que tanto nos decepcionou na última ida para São Thomé. E como valeu a pena. O Vale está, aos poucos, voltando a ser belíssimo. Já não há mal cheiro nas águas, estão límpidas como antes e as quedas voltaram a ter sua força. Lindo e imperdível! Poucos metros mais abaixo, seguindo o leito, há um pequeno tobogã natural, com outra deliciosa piscina natural. Nada como um delicioso banho de cachoeira antes de pegar a estrada.

 

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O Vale das Borboletas, belo novamente

E assim regressamos para sampa, felizes da vida pela excelente passagem de ano em São Thomé das Letras. Em tempo: desta vez comecei a entender melhor porque tanta gente que vai para lá não retorna... eu mesmo pensei muito nesta hipótese. Nestas horas me arrependo de ser tão ajuizado. Mas um dia eu vou e não volto!


Pra finalizar, um ótimo 2008 para todos. Ou, como disse um feliz turista em São Thomé, FELIZ COGUMELO!!

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