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15 janeiro, 2008

Novo ano! Novas atitudes!

     10, 09, 08, 07, 06, 05, 04, 03, 02, 01... calma... calma... eu sei... eu sei... o ano já acabou. Na verdade gostaria de aproveitar o clichê e fazer aquela velha - e muitas vezes necessária - reflexão de início de ano. Ressalto que não há qualquer pretensão no que escrevo a seguir.

 

     É bem certo que a cada etapa que se encerra ouvimos alguém a nos dizer, com certa voz apocalíptica : “ - Nossa! Os anos passam cada vez mais rápido!”  Meus caros, não caiam nessa lorota. Os anos continuam tendo 365 dias, como sempre! Vez por outra temos até um diazinho de lambuja. Os dias duram exatas 24 horas; estas por suas vez, compreendem o período de 60 minutos. E segundo meus parcos conhecimentos científicos, a Terra continua girando na mesma velocidade, talvez um pouco fora do eixo, mas sempre mostrou-se competente para perfazer seus trajetos.

 

     Por isso tocou-me refletir sobre essa sensação que tanto nos seduz e, vez ou outra, nos faz acreditar que alguém com muito senso de humor e nada para fazer se diverte em acelerar os ponteiros do relógio com dedos invisíveis... Confesso que essa seria uma explicação bastante cômoda, mas certamente não reflete a realidade.

 

     Vejamos então. Se nos coubesse recordar dos momentos que passamos durante o ano que se encerrou, o que nos viria a mente? Um rancor muito forte, um arrependimento, talvez uma traição ou ofensa que nos fizeram ou fizemos a alguém, quiçá uma ausência imensurável. E para não ficar somente em maus sentimentos, talvez lembremos de um romance que valeu a pena, uma viagem rápida, quem sabe uma comemoração, aniversário, promoção profissional, etc. Entretanto, como se percebe, nossa memória cuida somente de alguns acontecimentos que nos assolaram, surpreenderam e emocionaram no correr do ano. Isso me faz crer que, ou estamos sendo traídos pela nossa capacidade de recordar, ou uma mudança nada agradável ocorre em nosso interior.

 

     Sem me estender em demais especulações e diante das vivências colhidas, chego a conclusão de que  a cada ano que passa nos tornamos pessoas cada vez mais INSENSÍVEIS.  Acredito que não é nossa memória que nos prega peça, somos nós que passamos a atribuir valor somente para acontecimentos que realmente nos afetaram, ou seja, parece-me que uma experiência só é digna de ser relembrada se nos atingiu de maneira forte e profundamente. E se somente lembramos desses eventos isolados, persistem as  perguntas: onde se esconde a lembrança daquela gargalhada sem motivo? Daquela sensação de entrar em um lugar pela primeira vez? Da conversa com uma pessoa desconhecida? Da primeira noite fria de inverno? De alguns instantes de silêncio esclarecedor? Daquela música que não saiu da cabeça e nos reporta há um evento qualquer?

 

     Não tenham dúvidas, nós vivemos todos esses momentos. Vivemos todos os 365 dias do ano. Cada dia e cada noite foram experimentados, fizemos milhares de coisas e tivemos uma infinidade de pensamentos. No entanto, hoje, parece que todos essas frações de tempo nos escaparam. Nossas mentes repletas de problemas e compromissos se mostraram suficientemente capazes de impedir que vivêssemos a integralidade de cada dia de maneira consciente e imperativa.

 

     Portanto, neste novo ano, toda manhã ao acordar, abra os olhos bem devagar, respire fundo durante alguns minutos. E, quando levantar, procure sentir seus pés descalços tocar a superfície fria do piso ou a textura do tapete. E antes que qualquer pensamento o aprisione, vá direto a um espelho com um sorriso largo e esperançoso, para que diante de si mesmo você possa comprometer-se com o que tem de melhor, obrigando-se a fazer daquele, o melhor dia da sua vida. Pois, sem querer por em dúvida a fé dos que crêem na felicidade do porvir, entendam que a vida só existe para aqueles que compreenderam o segredo de viver a eternidade que habita esse perene AGORA!

 

Fraternalmente,

Thiago Wondjov - Janeiro de 2008

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